Chainsaw Man: The Movie – Reze Arc chega aos cinemas transformando um dos arcos mais queridos do mangá em uma experiência cinematográfica rica, visceral e profundamente emocional. Com ação arrebatadora, estética ousada e um romance que fere mais do que as lâminas do protagonista, o filme consolida o universo de Tatsuki Fujimoto como uma das obras mais marcantes da animação dos últimos anos.
História: amor, traição e escolhas dolorosas
Após os acontecimentos da primeira temporada, Denji tenta viver uma rotina minimamente normal enquanto continua sua vida de caçador de demônios. É nesse intervalo que ele conhece Reze, uma jovem gentil que trabalha em um café e se aproxima dele de forma sincera — ou pelo menos é o que parece.
Com o tempo, a relação dos dois cresce em leveza e intimidade, mas logo se revela um abismo sob essa doçura: Reze é, na verdade, o Bomb Devil. Sua presença traz segredos, conflitos e uma ameaça grande demais para Denji ignorar.
A batalha final entre eles é carregada de sentimentos reprimidos, violência bruta e um clímax simbólico no fundo do mar — um dos momentos mais emblemáticos da obra.
Animação: intensidade e delicadeza em perfeita harmonia
A animação impressiona desde os primeiros minutos. As lutas são vibrantes, cheias de energia e com movimentos extremamente dinâmicos. Já os momentos íntimos recebem cores suaves, que contrastam com paletas invertidas e explosivas usadas nas batalhas.
A direção de Tatsuya Yoshihara imprime um visual mais brilhante e intenso do que o da série, trazendo um equilíbrio entre brutalidade e emoção que combina perfeitamente com o arco de Reze.
A produção usa uma mistura de 2D tradicional com CGI pontual, garantindo fluidez nas cenas mais complexas sem perder a identidade visual do mangá.
Personagens: um romance cheio de camadas

O filme ganha força justamente porque seus personagens existem em complexidade.
Denji continua vulnerável, falho, em busca de afeto e pertencimento.
Reze, por sua vez, é construída como um dos personagens mais ricos da obra: doce, encantadora e ao mesmo tempo perigosa, dividida entre o papel de antagonista e de interesse romântico.
A dualidade de Reze — tão humana quanto monstruosa — é um dos grandes motores dramáticos do filme.
O roteiro também explora temas como poder, manipulação, identidade e sacrifício, especialmente quando questiona o que significa “ter um coração” dentro desse universo.
A referência à fábula de Esopo O Rato da Cidade e o Rato do Campo adiciona uma camada simbólica ao dilema de Denji entre segurança e liberdade arriscada.
Trilha sonora: emoção em cada nota
As músicas de Kenshi Yonezu elevam o filme de forma poderosa.
A abertura “Iris Out” e o encerramento “Jane Doe” encaixam perfeitamente no tom da história.
A trilha oscila entre músicas calmas nas cenas entre Denji e Reze e sons mais viscerais nas lutas, reforçando o impacto emocional.
Produção e bastidores
Durante a NY Comic Con, a equipe explicou que várias cenas de ação foram planejadas como uma “montanha-russa”, com picos e quedas visuais pensados para surpreender o público.
Os fãs elogiaram o modo como o filme expande momentos curtos do mangá, dando mais tempo para emoções e interações florescerem.
Pontos fortes
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Animação espetacular, com equilíbrio entre ação explosiva e momentos delicados.
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Romance entre Denji e Reze como força motriz emocional.
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Trilha sonora marcante e bem integrada.
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Adaptação fiel, mas com adições que tornam o filme realmente cinematográfico.
Pontos fracos
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Alguns momentos cômicos ou provocativos quebram o tom mais sério.
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Por adaptar um arco maior, deixa algumas pontas dependentes da série ou do mangá.
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Trailers teriam entregado demais sobre a identidade de Reze, segundo fãs.
Conclusão
Chainsaw Man: The Movie – Reze Arc é explosivo, sensível, romântico e violento na mesma medida. Um filme que sabe equilibrar dor, ação e delicadeza enquanto mergulha na fragilidade humana do protagonista. Para fãs, é um presente. Para novos espectadores, uma porta de entrada de impacto.
